De acordo com o levantamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), os hospitais de Mato Grosso do Sul fecharam 30% dos leitos pediátricos em nove anos. Em 2010, o Estado contava com 926 leitos para tratamento de crianças, o número caiu para 649, em 2019, uma diferença de 277 leitos.
Apesar de contar com menos vagas pediátricas, as unidades privadas fecharam quase o mesmo número de leitos que o SUS (Sistema Único de Saúde). A rede pública contava em 2010 com 652 leitos e passou para 498 neste ano. Uma queda de 23%. Nos hospitais particulares, as vagas pediátricas caíram de 274 para 151. Isso significa 45% de vagas fechadas.
Campo Grande perdeu mais da metade dos leitos pediátrico neste período. Em 2010, havia 264 e passaram para 126 leitos neste ano de 2019. A iniciativa privada foi a que mais fechou vagas caindo de 102 para 29. No SUS, as vagas reduziram de 162 para 97.
A pesquisa foi feita em alusão ao Dia do Pediatra, comemorado em 27 de julho, e se refere à disponibilidade de recursos físicos dos serviços de assistência à criança e ao adolescente no País. O levantamento revelou que, nos últimos nove anos, o Brasil desativou 15 mil leitos de internação pediátrica, aqueles destinados a crianças que precisam permanecer no hospital por mais de 24 horas.
De acordo com os dados do CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde) mantidos pelo Ministério da Saúde, em maio de 2010 o País dispunha de 48 mil leitos no SUS. Em 2019, o número baixou para cerca de 35 mil – uma queda aproximada de quatro leitos por dia.
Segundo a presidente da SBP, dra. Luciana Rodrigues, as informações coincidem com o panorama de limitações e precária infraestrutura que se apresenta àqueles que diariamente atuam nos serviços de assistência pediátrica.
De acordo com ela, entre os agravos que mais têm levado as crianças a precisar de internação estão às doenças respiratórias, como bronquiolites, crises de asma e pneumonias.