Uma das coisas que nós não aprendemos na faculdade é sobre inteligência emocional, isso é muito importante. Eu fui descobrir isso depois de formado, lidando com os clientes, pessoas, equipe, prefeitura, banco. Na faculdade é muito técnico, é muita matemática, é muita teoria.
Eu li um livro chamado “Inteligência Emocional” de Daniel Goleman. No livro ele dá um exemplo, quando a gente está diante de um desafio, por exemplo, a gente em uma mata e vê um bicho que você tem medo, você se assusta. Aquilo manda para seu cérebro um sinal, que vai para o tálamo, uma parte do nosso cérebro, e ele manda a ação para o córtex visual, e aí nós vamos pensar e raciocinar.
Só que o que é essa inteligência emocional? Muitas vezes quando a gente está diante de um pânico, de um medo, esse sinal passa pelo córtex visual e já vai direto para a amígdala. E a amígdala tem a reação de luta ou de fuga, onde há aumento de frequência cardíaca, a pressão arterial, então ou você paralisa ou você sai correndo. Isso também diante de um cliente, de uma discussão em uma obra, diante de um funcionário na obra. Talvez o funcionário coloque o patrão na justiça, e aí é um problema que você passa, e como eu vou agir, como eu vou resolver isso? Às vezes a pessoa não tem inteligência emocional para isso e abandona, larga o serviço
Já tive construtores em Campo Grande que chegaram na minha mesa, jogaram o projeto na mesa e falou “eu estou parando isso não é para mim”. A pessoa não aguentava mais de tanto estresse, dor de cabeça.
Basicamente o que é inteligência emocional? Levar inteligência a emoção. Então, quando a gente passa por algum desafio desse, a gente não age em emoção, porque a gente não paralisa ou foge, a gente não consegue pensar direito. Então, é necessário levar essa inteligência.
Um exemplo de você passar raiva na obra, ou com um cliente, ou com um banco, ou com a prefeitura, são atrasos. Há uma frase de Aristóteles que fala “Qualquer um pode zangar-se – isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa – não é fácil.”
Isso, né, qualquer um pode zangar-se, isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa não é fácil. Então, isso também é uma parte da inteligência emocional. Eu tive problemas com clientes, com funcionários na obra e você saber zangar-se ali naquele momento, como conversar para resolver e pra não transformar em um problema maior.
Uma das coisas que também está no livro, é ter essa autoconsciência. É você estar consciente ao mesmo tempo de nosso estado de espírito e de nossos pensamentos sobre esse estado de espírito. Isso é o que o Freud denomina como escuta flutuante, saber escutar, absorver, entender os problemas e saber resolver, não ficar nervoso, paralisado, fugir ou até brigar. Então a inteligência emocional é para esse autoconhecimento, autoconsciência.
Em Gálatas 5.22 diz: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei”. É uma das características do espírito, o domínio próprio. A gente está conectado ao Espírito Santo, ao Deus que nos criou, a gente tem esse domínio próprio da situação, para não fazer uma besteira.
O livro também dá um exemplo, um aluno de medicina em Harvard, que só tirava dez, mas não tinha inteligência emocional. Quando ele tirou um oito, ele levou a faca para a escola e deu uma facada no professor.
Então, sim, a inteligência emocional é muito importante para qualquer profissão. Deveria ter uma matéria ali, um ano, dois anos, na faculdade só sobre isso, para as pessoas saberem lidar com os problemas diários da vida.