O que não aprendemos na faculdade?

Por Rafael à Obra
Imagem: IA

Uma das coisas que nós não aprendemos na faculdade é sobre inteligência emocional, isso é muito importante. Eu fui descobrir isso depois de formado, lidando com os clientes, pessoas, equipe, prefeitura, banco. Na faculdade é muito técnico, é muita matemática, é muita teoria. 

Eu li um livro chamado “Inteligência Emocional” de Daniel Goleman. No livro ele dá um exemplo, quando a gente está diante de um desafio, por exemplo, a gente em uma mata e vê um bicho que você tem medo, você se  assusta. Aquilo manda para seu cérebro um sinal, que vai para o tálamo,  uma parte do nosso cérebro, e ele manda a ação para o córtex visual, e aí nós vamos pensar e raciocinar. 

Só que o que é essa inteligência emocional? Muitas vezes quando a gente está diante de um pânico, de um medo, esse sinal passa pelo córtex visual e já vai direto para a amígdala. E a amígdala tem a reação de luta ou de fuga, onde há  aumento de frequência cardíaca, a pressão arterial, então ou você paralisa ou você sai correndo. Isso também diante de um cliente, de uma discussão em uma obra, diante de um funcionário na obra. Talvez o funcionário coloque o patrão na justiça, e aí é um problema que você passa, e como eu vou agir, como eu vou resolver isso? Às vezes a pessoa não tem inteligência emocional para isso e abandona, larga o serviço

Já tive construtores em Campo Grande que chegaram na minha mesa, jogaram o projeto na mesa e falou “eu estou parando isso não é para mim”. A pessoa não aguentava mais de tanto estresse, dor de cabeça. 

Basicamente o que é inteligência emocional? Levar inteligência a emoção. Então, quando a gente passa por algum desafio desse, a gente não age em emoção, porque a gente não paralisa ou foge, a gente não consegue pensar direito. Então, é necessário levar essa inteligência.

Um exemplo de você passar raiva na obra, ou com um cliente, ou com um banco, ou com a prefeitura, são atrasos. Há uma frase de Aristóteles que fala “Qualquer um pode zangar-se – isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa – não é fácil.” 

 Isso, né, qualquer um pode zangar-se, isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa não é fácil. Então, isso também é uma parte da inteligência emocional. Eu tive problemas com clientes, com funcionários na obra e você saber zangar-se ali naquele momento, como conversar para resolver e pra não transformar em um problema maior.

Uma das coisas que também está no livro, é ter essa autoconsciência. É você estar consciente ao mesmo tempo de nosso estado de espírito e de nossos pensamentos sobre esse estado de espírito. Isso é o que o Freud denomina como escuta flutuante, saber escutar, absorver, entender os problemas e saber resolver, não ficar nervoso, paralisado, fugir ou até brigar. Então a inteligência emocional é para esse autoconhecimento, autoconsciência. 

Em Gálatas 5.22 diz: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei”. É uma das características do espírito, o domínio próprio. A gente está conectado ao Espírito Santo, ao Deus que nos criou, a gente tem esse domínio próprio da situação, para não fazer uma besteira.

 O livro também dá um exemplo, um aluno de medicina em Harvard, que só tirava dez, mas não tinha inteligência emocional. Quando ele tirou um oito, ele levou a faca para a escola e deu uma facada no professor. 

Então, sim, a inteligência emocional é muito importante para qualquer profissão. Deveria ter uma matéria ali, um ano, dois anos, na faculdade só sobre isso, para as pessoas saberem lidar com os problemas diários da vida.

Especialista em financiamento de terreno e construção | Mentor/Palestrante