Setembro amarelo é o mês de prevenção ao suicídio. No Brasil, a campanha teve início em 2015 e tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre o assunto. Em entrevista ao Jornal da Hora desta quinta-feira (23), o médico psiquiatra Marcos Estevão afirmou que mesmo em lares estruturados, o suicídio pode acontecer.
“É importante mostrar que existem famílias estruturadas onde os casos de suicídio ocorrem. Pelo que sabemos até hoje, a depressão tem uma característica genética, então é uma série de fatores que podem levar ao suicídio. Hoje o pai e a mãe trabalham fora de casa, então a presença dos dois no lar é muito menor do que no passado. Esse fato em si não vai levar alguém a tirar a própria vida”, explicou o psiquiatra.
Segundo o doutor, mais de 96% dos casos de suicídio se dão por conta de doenças mentais. Ele destaca que as pessoas sinalizam por meio de comportamentos diferentes quando algo não está bem. “Se perceber uma mudança de comportamento, se a pessoa está mais triste, deprimida, com falta de prazer nas atividades do dia a dia, sentimento de que não tem valor, que é um peso para a família, são características muito preocupantes”.
O médico afirma que antigamente alguns assuntos eram tabus e a sociedade evitava discutir, mas que o tema deve sim ser debatido, porém não pode ser romantizado.“Viver é mais difícil do que cometer suicídio. É mentira dizer que suicídio é um ato de coragem. Coragem é enfrentar as dificuldades do dia a dia”, finalizou o médico.
Existem grupos que estão à disposição para ajudar, como o Grupo Amor Vida (GAV), que presta um serviço gratuito de apoio emocional a pessoas em crise através dos telefones (67) 3383-4112, (67) 99266-6560 (Claro) e (67) 99973-8682 (Vivo), todos sem identificador de chamadas. O horário de funcionamento deles é das 07:00 às 23:00, inclusive sábados, domingos e feriados.
Confira a entrevista completa no link abaixo:
Texto: Beatriz Rieger