Falta de aprovação familiar para realizar transplantes, é a principal dificuldade na doação de órgãos.
Por Reuel Oliveira
Cerca de 80% dos campo-grandenses negam o pedido de transplante para pessoas na fila de espera, de acordo com especialista em transplantes de fígado, Dr. Gustavo Rapassi. Em entrevista ao Jornal da Hora desta sexta-feira (26) ele ressaltou que é necessário conscientizar sobre a necessidade da doação, já que uma única pessoa pode salvar diversas vidas.
“Todo mundo pode ajudar de alguma forma. Então meu objetivo é chamar a sociedade do MS para se atentar a um tema que passa despercebido. Se a gente falar do assunto, a gente vai mudar o cenário: se a gente transplantar mais pessoas, a gente vai mostrar pro bairro onde aquele paciente mora de que o método é sério, de que as coisas funcionam como deveriam, e isso muda muito pra gente”, ressaltou o médico.
Para o doutor, o quadro de doadores varia entre dois grupos distintos:Jovens e Idosos. No caso dos jovens, os possíveis doadores geralmente sofrem traumas em acidentes. Já os idosos o quadro mais comum é de vítimas de AVCs. Apesar da diferença de idade, o procedimento de transplanagem é o mesmo, e é baseado principalmente na checagem de morte encefálica. Além disso, pacientes com até 70 anos ainda podem ser transplantados.
Segundo o especialista, desde sua chegada ao estado, em 2021, foi necessário implementar duas linhas de atuação para deixar o transplante viável no MS: A criação de uma equipe para captação de órgãos, tanto para transplantes locais, quanto para outros estados do Brasil. E também, a instalação de um ambulatório, para que a triagem de possíveis doadores possam ser preparados e encaminhados para a doação, e os resultados já estão sendo alcançados.
“O transplante é diferente de qualquer outra possibilidade na medicina, ele depende da boa vontade de alguém. Nós temos resultados muito gratificantes. A gente encontrou 34 pacientes com indicação. Desses 34, a gente transplantou 16, dos 16 todos estão vivos até hoje” concluiu.
Assista a entrevista na íntegra.