Pantanal já registrou máxima histórica de incêndios, diz Corpo de Bombeiros

Dados do Corpo de Bombeiros Militar indicam seis focos de fogo no estado, mais de 90 militares estão atuando no combate aos incêndios

Texto por Reuel Oliveira

Foto: Brigada Alto Pantanal/IHP

Enquanto enfrenta um longo período de estiagem, o Pantanal tem sofrido com a incidência de queimadas. O bioma já tem o maior número de focos de incêndios em 15 anos, e apenas na primeira metade do mês de junho, já alcançou as marcas históricas de área atingida e focos de incêndio. 

Tenente Alexandre em entrevista à Rádio Hora. Foto: Evelyn Mendonça

Em entrevista ao Jornal da Hora desta sexta-feira (14), o 1° Tenente do Corpo de Bombeiros Militar (CBM), e Chefe da seção de monitoramento de incêndios florestais, Alexandre de Oliveira, apenas nos primeiros 14 dias de julho, o Pantanal alcançou as máximas de áreas queimadas e de número de focos de incêndio. 

“Nós ainda estamos na metade do mês e nós já registramos a máxima histórica de todo o período desde 1998. O número de focos de calor já é duas vezes e meia maior que o ano passado e correlacionado, a área queimada já está quatro vezes superior à do ano passado, e também é a máxima histórica”, destacou. 

O tenente explicou que atualmente, o bioma tem seis focos de incêndio sendo combatidos por todo o Mato Grosso do Sul, e estão envolvendo 96 militares no combate. As regiões com focos de incêndio estão localizadas principalmente na região de Corumbá, no: Forte Coimbra, Jatobazinho, Caimasul e Tamengo, e também em Bela Vista e Paraguai Mirim. 

“Temos no Forte Coimbra um grande incêndio de grandes proporções, também atuamos em Bela Vista na terra indígena; na região do Paraguai Mirim nós estamos com também duas frentes de fogo bem intensas; na região do Jatobazinho; Caimasul e na região do Tamengo”, relatou. 

O Tenente explicou que os incêndios são considerados de difícil combate, já que se enquadram na “Regra dos Trinta” e por estarem localizados muitas das vezes em regiões de difícil acesso, o que impede o combate eficaz do fogo. Apesar disso, para ele, a instalação dos treze postos avançados do CBM no pantanal contribuem para o aumento da eficiência do combate. 

“Nós atualmente estamos na regra do 30, que são temperaturas acima de 30°C, umidade relativa do ar abaixo dos 30% e também ventos acima de 30 km/h. Então nessas condições o combate é muito difícil para os militares e também na região principalmente do Paraguai Mirim são áreas alagadas, de difícil acesso. Muitas vezes nós demoramos dias para conseguir realizar esse combate de forma eficaz […] mas com os postos avançados a gente diminuiu o tempo de resposta e aumentou a eficiência no combate estando em locais estratégicos dentro do Pantanal”, concluiu. 

Atualmente o CBM possui 13 postos avançados espalhados pelo pantanal que são gerenciados por um posto de comando localizado em Campo Grande. Os bombeiros utilizam imagens de satélites e o geomonitoremento para a fiscalização de focos e possíveis focos de incêndio no pantanal, aumentando assim a velocidade de resposta dos bombeiros.

Assista a entrevista na integra