Pantanal tem o segundo maior número de focos de queimadas em 15 anos; bases do Corpo de Bombeiros são essenciais na proteção do bioma

Texto por Reuel Oliveira

Fotos: Saul Schramm

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Enquanto enfrenta um longo período de estiagem, o Pantanal tem o maior número de focos de queimadas em 15 anos. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e apontaram 7,8 mil focos entre janeiro e junho de 2024. 

Os números envolvem os estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, e representam um crescimento de 980% no número de focos, em relação a 2023. O Mato Grosso do Sul teve um aumento de 142% nos casos. 

Para prevenir e combater os incêndios, o Corpo de Bombeiros Militar (CBM) tem 80 militares em serviço, além do apoio de aeronaves. São mais de 60 dias de trabalho durante a temporada de incêndios florestais.

Além do contingente, o CBM utilizará suas bases avançadas que foram instaladas em várias áreas do estado. São 13 postos avançados que serão gerenciados pelo Posto de Comando, localizado em Campo Grande. 

O chefe do posto de comando, Capitão Pedrozo, explicou que apesar de terem pouco tempo, as bases já apresentaram resultados muito positivos. Conforme ele, as bases espalhadas pelo estado permitem que os bombeiros possam ser acionados mais rapidamente, além de estarem em contato com a população para conscientizarem sobre o uso do fogo e a prevenção de  incêndios. 

“O plano do Corpo de Bombeiros Militar é implementar as bases avançadas e ele inclusive já vem demonstrando resultados positivos. O plano é a gente ter bases espalhadas por todo o Pantanal Sul Mato-Grossense, de maneira que possa ter uma rápida atuação em caso de emergência e da mesma maneira estar próximo da comunidade para passar orientações de prevenção”, declarou.

O capitão explicou que o posto de comando utilizará o geomonitoramento para prevenir os incêndios. 

“A gente tem montado o posto de comando que gerencia todas essas bases. Então por meio da comunicação a gente tem a possibilidade de informar o surgimento de pontos e de focos de calor para verificar se se trata de focos de um incêndio e se é necessário implementar outras ações para combater esses focos que surgem. Então por meio do geomonitoramento é possível a gente diariamente verificar o surgimento de incêndios em todo o estado e de maneira rápida atuando neste incêndio”

O período de incêndios, que normalmente ocorre entre julho e outubro, foi intensificado pela estiagem e deve se estender até a normalização dos volumes de chuva para o estado de Mato Grosso do Sul.