População com comorbidades deve ser vacinada até o fim do mês

Plano de imunização estima que 21,6 mil pessoas com idade acima de 18 anos se encaixam neste perfil

Se a quantidade de lotes das vacinas contra a Covid-19 que chegam a Campo Grande se mantiver na mesma proporção, pessoas acima de 18 anos com comorbidades devem ser imunizadas em massa até o fim deste mês. 

Até o momento, apenas parte desse público já foi convocada para tomar a primeira dose: renais crônicos e idosos com doenças como diabetes, pressão alta, entre outras.

O Plano Municipal de Vacinação informa que há 21,6 mil pessoas que se encaixam neste grupo na cidade. Na lista de prioridades, eles se encontram na terceira fase da campanha, depois das pessoas com mais de 60 anos e dos profissionais de saúde.

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Já no Plano Nacional de Imunização (PNI), a categoria aparece apenas no grupo 21, depois de presos, de pessoas em situação de rua e dos profissionais da educação.  

Contudo, a prefeitura tem autonomia para mudar essas regras conforme as doses disponíveis. Nesta semana, por exemplo, foram incluídos na lista autistas, pessoas com deficiências mentais, pessoas com síndrome de Down, paralisia cerebral, distrofia muscular, traqueostomizados, cegos e surdos, além de transplantados e pacientes com câncer.

Segurança

Na terça-feira (30), o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, afirmou que os profissionais da segurança pública, que inicialmente seriam vacinados apenas na quarta fase na Capital, começariam a receber a primeira dose ainda nesta semana. São 11.700 trabalhadores, entre policiais civis e militares, bombeiros, agentes penitenciários e guardas municipais.

Conforme a Sesau, a gestão da aplicação dos imunizantes é de competência dos municípios e, embora não descarte a possibilidade, só convocará policiais e outros trabalhadores das forças de salvamento se chegarem lotes com doses suficientes. Caso contrário, a campanha seguirá faixa etária por faixa etária até alcançar os idosos com 60 anos.  

Ontem, em Campo Grande, estavam sendo vacinados idosos com 65 anos.

Resende, por outro lado, disse na terça-feira (30) que havia convencido os municípios a adiantar a vacinação das forças de segurança pública, sem prejudicar os grupos prioritários, e destacou que esses trabalhadores foram fundamentais para o enfrentamento da pandemia no Estado, seja no resgate de pacientes, seja na fiscalização das medidas de isolamento social ou até mesmo auxiliando logisticamente na testagem dos casos suspeitos no drive-thru.

As autoridades estão bastante otimistas com os últimos lotes de vacinas entregues a Mato Grosso do Sul. Na segunda-feira (29), o Instituto Butantan entregou 5 milhões de unidades da vacina de Oxford ao Ministério da Saúde e ontem repassou mais 3,4 milhões, totalizando 8,4 milhões de imunizantes, que devem ser distribuídos entre os estados.

Comorbidades

Pessoas que sofrem de comorbidades são as que mais morrem por Covid-19 atualmente em Mato Grosso do Sul. Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) apontam que 31,8% das vítimas tinham pelo menos uma doença preexistente, enquanto 30% tinham duas e 23,4% tinham mais de três problemas de saúde.  

Em números brutos, são 3.649 pessoas nessa classificação, contra 628 que não tinham nada relatado em suas fichas.  

Entre os problemas de saúde que mais contribuíram para a evolução a óbito pelo novo coronavírus, doenças cardiovasculares respondem por 47,7% dos casos, seguidas por diabetes (36,4%), hipertensão (35,2%), obesidade (15,3%), doenças respiratórias (12,3%), renais crônicos (8,4%), deficiências imunológicas (8,2%), problemas neurológicos (7,8%), doenças hepáticas (1,3%) e síndrome de Down (0,2%).

DEMAIS CATEGORIAS

Resende conclui que o próximo grupo a ser priorizado para antecipação da imunização são os profissionais da educação, para que seja realizado o retorno das aulas presenciais. Atualmente, Mato Grosso do Sul conta com 25 mil profissionais na rede pública de ensino.  

Os trabalhadores da Educação Básica, como creches e pré-escolas, Ensino Fundamental, Ensino Médio e cursos profissionalizantes, também estão quase no fim da fila de grupos prioritários do PNI.  

Inicialmente, o Plano Nacional de Imunização foi formulado com foco na redução da mortalidade causada pela Covid-19, com a imunização dos grupos de idosos com 60 anos ou mais, assim como a proteção da força de trabalho para manutenção do funcionamento dos serviços de saúde e dos serviços essenciais.

Entretanto, o PNI é dinâmico e prevê que os grupos poderão ser ajustados, com alterações de prioridades, população-alvo, capacitações e estratégias para a vacinação em cada estado do País.  

Até o início da manhã de ontem, Mato Grosso do Sul havia aplicado 404.734 doses, de acordo com o Vacinômetro, plataforma em que os dados sobre imunização são divulgados.  

Já em Campo Grande, até esse mesmo período, 109.198 pessoas haviam tomado a primeira dose e 25.814 receberam as duas doses.

  • fonte: Correio do Estado