Certo homem faz parte de uma das histórias bíblicas mais famosas, o Bom Samaritano. Hoje não vou te contar essa história em detalhes, antes quero refletir junto contigo sobre alguns aspectos da vida desse homem.
No evangelho de Lucas no capítulo 10, a partir do verso 25 temos a narrativa de Jesus e um mestre da lei, ao qual Jesus lançou mão de uma parábola para perpetrar seu ensino. Resumidamente a parábola conta que um homem judeu estava em viagem e no meio do caminho teve um percalço, foi assaltado e espancado. Logo passaram por ele um sacerdote e um levita, mas não se envolveram e continuaram seu caminho. Em seguida passa um cidadão samaritano, vale dizer que judeus e samaritanos não eram bons amigos. Mesmo assim o samaritano, compadecido, decide ajudar o homem moribundo. Para isso, o carrega em seu próprio animal e o leva à hospedaria, onde continua seus cuidados de saúde dispondo de seus próprios recursos e paga, inclusive, todas as despesas futuras do judeu.
Em tudo isso o que chama a minha atenção não é o descaso do sacerdote ou a omissão do levita, porque são comportamentos que reiteradamente nos deparamos ao longo do nosso caminho, mas a disposição do samaritano torna-se marcante. No texto, é notório que ele foi movido por compaixão, é também perceptível que ele pode exercer um nível de generosidade impressionante, ou seja, ele foi um bom homem, por isso um bom samaritano. Ele não teve apenas uma boa intenção em ajudar, ele foi efetivamente bom e pode contribuir para mudar a situação dramática do viajante e dar a este um novo fôlego de vida.
O Bom Samaritano pode ser bom porque ele tinha recursos disponíveis no momento que estes foram necessários. Esse é o ponto. Não adianta a boa intenção se ela não for carregada de ação pratica. A boa intenção não muda realidades, não transforma vidas, não altera ambientes, não salva ninguém. Mesmo que haja compaixão, ou forte comoção sem uma efetiva disposição pratica que conduza a ações concretas, torna-se inócuo.
O que aprendo com o bom samaritano vai além de ter um espírito altruísta, ele me ensina que preciso gerir os recursos que disponho, cuidar bem deles, e se possível faze-los crescer além das minhas próprias necessidades, para que quando estiver diante de um situação difícil, eu possa ter para mim e para compartilhar na medida das necessidades que minha compaixão se move.
De maneira pratica, vejo que preciso controlar melhor meus gastos, para evitar perdas, devo economizar com regularidade para construir um colchão financeiro de suporte, e ainda preciso desenvolver o habito de investir para multiplicar os recursos. Devo ser um bom administrador do dinheiro que disponho para que possa então me tornar um bom homem, um bom samaritano.
Foto: IA