Preços abusivos influenciam greve dos motoristas de aplicativos, diz Paulo Pinheiro, presidente da Applic-MS

Com o objetivo de assegurar melhorias na qualidade do trabalho e regulamentação das operadoras do serviço, motoristas de aplicativo e motoentregadores entraram em greve nesta segunda-feira (15). Em entrevista ao Jornal da Hora, o presidente da  Applic-MS (Associação de Parceiros de Aplicativos de Transporte de Passageiros) Paulo Pinheiro falou que a paralisação já ocorre em Campo Grande, e que os motoristas pedem a regulamentação da porcentagem paga aos aplicativos. 

Segundo o presidente, o pagamento da taxa de 40% do valor das corridas para o aplicativo é exorbitante, e somado aos gastos com gasolina, manutenção do veículo e internet, não permitem que haja um lucro suficiente nas viagens.

“Essa porcentagem é fora da realidade. Não tem como você pagar de 25% a 40%  [para as operadoras] com os gastos que nós temos pra manter um veículo na rua, sendo que praticamente tudo sai do nosso motorista. Então não tem como. Fica  inviabilizado o nosso trabalho”, ressaltou Pinheiro.

Ele reforça que o apoio da população é muito importante na luta pelos direitos dos motoristas, já que eles são os usuários do serviço, e acabam sendo os principais afetados. E enfatiza que quanto antes resolverem o problema, melhor será. 

“Nós estamos vendo o reflexo nos valores. Tá chegando até nós corridas que custavam em torno de R$8 a R$9, as operadoras têm cobrando R$50, R$60. Então isso aí é uma coisa assim totalmente fora, e a gente tá orientando a população que não faça isso, não aceite, não pague esse valor, tenha calma, tenha paciência, para estarmos atingindo as operadoras e chamando a atenção deles”, disse Paulo.

O presidente também declarou que a situação só será resolvida quando a promessa da criação de corredores de embarque e desembarque for cumprida. Segundo ele, a Applic-MS pediu que os pontos fossem instalados em ruas gastronômicas e próximo à rodoviária federal, facilitando o encontro de motoristas e passageiros, e evitando a aplicação de multas para os condutores em circulação. 

Reuel Oliveira