Neste ano, foram 8 as mortes por gripe, contra 68 em 2019; meningite e sarampo também tiveram redução
As medidas de prevenção para evitar a infecção pela Covid-19 ajudaram também a evitar outras doenças contagiosas em Mato Grosso do Sul.
Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) mostram que no mesmo período do ano passado, o Estado tinha 87,6% a mais de mortes por Influenza do que este ano.
Segundo boletim epidemiológico do dia 16 de outubro de 2019, 65 pessoas haviam morrido naquele ano em função da Influenza (A e B), em 2020, porém, esse número caiu para apenas 8, dados até o dia 3 de outubro.
Para o médico infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), isso se deve, em grande parte, o distanciamento social imposto pela pandemia e as medidas de prevenção, como uso de máscara e higiene das mãos.
Conforme o pesquisador, além da gripe, outras doenças contagiosas também foram evitadas por causa dessas medidas. “Em todo o Brasil reduziu [gripe], sarampo também, que transmite mais que coronavírus e com as medidas, apesar da baixa cobertura, caiu o número de casos, meningite também”.
Ainda conforme dados da SES, até outubro do ano passado foram notificados 1.553 casos de Influenza em todo o Estado, sendo que 323 foram confirmados, já em 2020 as notificações aumentaram e chegaram a 11.038, mas apenas 80 foram confirmados para a doença.
Nota-se também que, em relação ao comparativo, o porcentual de mortes em relação ao número de confirmações também houve redução. Em 2019, quando 323 pessoas se contaminaram com a Influenza, 68 morreram, ou seja, 21% desse valor. Já este ano, quando ocorreram 80 episódios, 8 pessoas morreram, representando 10%.
Das mortes registradas este ano no Estado devido a Influenza, cinco foram em Campo Grande, dois em Corumbá e um em Ponta Porã. Elas eram três por H1N1, quatro por Influenza A não subtipado e um por Influenza B. Todos os pacientes tinham alguma comorbidade.
VACINA
Outro fator que colaborou para esses dados mais positivos foi a adesão a campanha de vacinação contra a gripe, que neste ano, em Campo Grande, atingiu a meta de 90% de cobertura do público-alvo geral.
No caso de trabalhadores da saúde, idosos acima de 60 anos, pessoas com deficiência e população privada de liberdade, essa cobertura chegou a 100%, já em relação a outros grupos a vacinação foi menor – crianças de 6 meses a menores de 6 anos 58,79%; gestantes 50,01%; puérperas 57,74% e adultos entre 55 e 59 anos 45,10%.
Muito dessa “correria” que foi percebida na Capital para a vacinação de gripe, com longas filas nos postos de vacinação e o imunizante acabando em algumas horas, foi reflexo da pandemia. Já que a doença chegou no dia 14 de março ao Estado e a campanha do imunizante teve início no dia 23 do mesmo mês.
OUTRAS DOENÇAS
A meningite é uma doença inflamatória que atinge as meninges, que são membranas que envolvem a medula espinhal e o cérebro. A doença é considerada perigosa e pode ser fatal pelo fato de provocar lesões mentais, motoras e auditivas.
Existem diversos tipos da doença, mas as quatro principais são a bacteriana, a viral, a fúngica e a eosinofílica. E as duas primeiras são transmitidas de pessoa para pessoa, através da saliva.
Já sarampo é uma doença infecciosa grave, que é causada por um vírus, que pode ser fatal. Também é transmitida quando o doente tosse, fala, espirra ou respira próximo de outras pessoas.
Nos dois casos, há vacinas disponíveis, mas devido à cobertura não chegar a 100% do público-alvo podem haver surtos da doença, como o que ocorreu em 2019, em São Paulo, onde várias pessoas se infectaram com sarampo.
- fonte: Correio do Estado