Setembro é o mês de campanha em combate ao suicídio. Em 2014, foi batizado como “Setembro Amarelo” pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM). São registrados cerca de 12 mil suicídios por ano no Brasil e mais de 1 milhão no mundo. O Jornal da Hora desta sexta-feira (18) entrevistou o Médico Psiquiatra Marcos Estevão que contribuiu sobre o assunto.
De acordo com o médico, são vários os motivos que levam a pessoa a decidir tirar a própria vida e que é preciso atenção dos familiares nas mudanças de comportamentos do sujeito. “As pessoas têm que perceber as alterações de comportamento desde a infância, não é uma coisa inerente a idade. A depressão é a maior causa do suicídio, mas outras doenças também, nisso entra a depressão bipolar, a dependência de álcool e de outras drogas, os transtornos da personalidade, a esquizofrenia. Essas são as maiores patologias ligadas ao suicídio”.
Ele relata que ainda é um assunto de muito preconceito, e que apesar de estar diminuindo, ainda não deixou de existir. “Hoje em dia as famílias entendem mais que existe uma coisa chamada doença mental e que precisa ser tratada como qualquer outra doença física. Os problemas psíquicos são sérios, então nós temos conversado com as famílias a respeito. De modo geral, nós temos um relacionamento integrado a psiquiatria e psicologia, e nisso fica muito mais fácil a abordagem para mostrar em relação ao suicídio, os riscos que existem. Isso é fazer prevenção, mostrar os riscos”.
O doutor explica que após o suicídio, a família sente uma culpa muito grande, mas que não devem penalizá-los, pois não existe um culpado nessa situação. “Nós mostramos, nós fazemos o que podemos, tanto os profissionais quanto a família, mas independente disso, pode acontecer. O que nós precisamos é diminuir os riscos, isso sim é uma intervenção adequada para tentar prevenir o suicídio”.
Hoje existe um trabalho chamado Posvenção, que entra em contato com familiares que perderam um ente querido. O médico relata que é há uma preocupação muito grande com eles, por causa do sentimento de culpa. “É um trabalho que se faz com famílias que perderam entes queridos, então prevenção é diminuir riscos, já a Posvenção é trabalhar com essas famílias que realmente estão relutadas, estão sofridas, tirar o sentimento de culpa e outras coisas. Eles são chamados hoje de sobreviventes do suicídio e sofrem demais, alguns vão sofrer a vida toda, é um sofrimento que não tem fim”.
No decorrer da programação, tivemos a participação do voluntário do Grupo Amor Vida (GAV) Roberto Sinai e uma anônima da irmandade Neuróticos Anônimos. Eles explicaram sobre como funciona as entidades no apoio às pessoas em desespero. Durante a entrevista, uma ouvinte, emocionada ligou na emissora e participou do programa pedindo ajuda e relatando uma situação desesperadora, pois sofre de depressão e síndrome do pânico, pedindo apoio ao GAV.
Grupo Amor Vida
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Neuróticos Anônimos
Site: neuroticosanonimos.org.br
Telefone: (67) 9 9221-0276
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