Líder russo diz que não se deixará intimidar, após vitória com percentual histórico de suposta popularidade
Com resultado histórico e contestado por líderes de nações ocidentais, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, exaltou sua reeleição histórica, neste domingo (17), com 87,3% dos votos, para seguir conduzindo o maior país do mundo até o ano de 2030. E advertiu que o país não se deixará intimidar por quem quer esmagar a Rússia, que trava uma guerra que alerta o Ocidente, após invadir a Ucrânia, em 2022.
“Não importa quem nos quer intimidar ou quanto, não importa quem nos quer esmagar ou quanto […], nunca ninguém conseguiu fazer nada assim na história. Não funcionou hoje e não vai funcionar no futuro”, disse Putin, aos 71 anos.
Nas redes sociais, governos e autoridades de países ocidentais como os Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e a Eslováquia contestaram a vitória de Putin, citando censura, prisão e violência contra seus opositores.
Putin reagiu dizendo que já esperava as críticas dos países ocidentais. “Achavam que nos aplaudiam? Estão a lutar conosco num conflito armado. O seu objetivo é conter o nosso desenvolvimento. É claro que eles estão prontos para dizer qualquer coisa”, afirmou o presidente russo, que obteve apoio de líderes da China, Bolívia, Cuba e Venezuela.
‘Nem livres, nem justas’
O conselheiro de Comunicações de Segurança da Casa Branca, John Kirby, concluiu que “a ideia de eleições livres e justas na Rússia é um nome impróprio”.
Já o secretário de Estado das Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, lembrou que a Rússia promoveu eleição contestável até na Ucrânia invadida. “As urnas foram fechadas na Rússia, após a realização ilegal de eleições em território ucraniano, falta de escolha para os eleitores e nenhum monitoramento independente da Osce. Não é assim que se parecem eleições livres e justas”, disse.
O Ministério das Relações Exteriores da Alemanha, que chamou a vitória de Putin de “pseudoeleição, nem livre, nem justa”. “O governo de Putin é autoritário, ele depende da censura, repressão e violência. As ‘eleições’ nos territórios ocupados da Ucrânia são nulas e sem efeito e outra violação do direito internacional”, criticou.
“As ‘eleições’ da Rússia careciam de justiça e liberdade de escolha. O processo encenado nos territórios ocupados da Ucrânia é uma grave violação do direito internacional e nunca poderá ser reconhecido pela comunidade internacional.”, disse Zuzana Čaputová, presidente da Eslováquia.
- fonte: Diário do Poder