Quase 100 ônibus: Diretor de operações do Consórcio confirma frota ‘vencida’

Foto: Henrique Arakaki, Midiamax

O diretor de operações do Consórcio Guaicurus, Paulo Vitor Brito de Oliveira, confirmou que as empresas usam frota ‘vencida’ para atender aos usuários do transporte coletivo em Campo Grande. Na CPI do Consórcio, o funcionário disse que são quase 100 ônibus acima dos 10 anos — idade máxima para circulação de ônibus prevista no contrato de concessão.

“Temos acima dos 10 anos 97 carros”, respondeu Paulo ao presidente da Comissão, vereador Lívio Leite (União). Assim, afirmou que os ônibus possuem média geral de oito anos.

Ou seja, ferem a idade média limite da concessão, de cinco anos, conforme o próprio diretor do Consórcio. “Idade média de cinco anos, idade máxima de 10 anos para convencional e 15 anos para articulados”, detalhou.

A oitiva que abriu a terceira fase da CPI também contou com surpresa. Coringa (MDB) questionou detalhes da diretoria e setor de bilhetagem. Foi então que Paulo disse que não era gestor do setor, que nem existe a pasta dentro do Consórcio. No ofício, veio como bilheteria, algo que a gente nem tem lá”, destacou Paulo.

Frota velha, custo alto

Em outras oitivas, servidores e ex-servidores que migraram para o Consórcio Guaicurus afirmaram que a frota velha aumenta o custo em Campo Grande. Contudo, o diretor disse que o segundo maior custo após o pagamento de funcionários é o valor do diesel.

Entre os fatores para desequilíbrio financeiro defendido pelas empresas, estão: chegada dos aplicativos de transporte, falta de estudo do sétimo ano e falha dos marcos contratuais por parte do Executivo.

Relatora da CPI, Ana Portela (PL) questionou quantos ônibus deveriam ser entregues com o TAG. O funcionário do Consórcio não respondeu à questão com números. Então, disse que a falta de entregas é “consequência do desequilíbrio, não a causa”.

No entanto, o presidente reiterou que o Consórcio assinou todos os termos aditivos. Logo, estava ciente e concordando com as manutenções e valores.

Manutenção

A CPI realiza vistorias nas garagens. Em uma delas, chegou a verificar ônibus com documentações vencidas.

A informação foi negada pelo diretor de operações do Consórcio. Ao vereador Maicon Nogueira (PP), respondeu que “diariamente tem em torno de 30 a 40 carros passando por manutenção”.

Paulo apontou que são 12 veículos reserva em Campo Grande, para atender os 3,3 milhões de usuários mensais se houve algum imprevisto.

Ademais, explicou que o seguro não é realizado por terceirizada. O Jornal Midiamax compartilha casos judiciais de usuários que alegam traumas por acidentes nos ônibus do Consórcio quase que semanalmente.

O diretor defendeu a forma que tratam os casos. “É mais rápido do que se tivesse que fazer com seguradora”, disse.

  • Fonte: MidiaMax