Mais cedo, o ministro da Saúde havia dito que “os óbitos em crianças estão absolutamente dentro de um patamar que não implica em decisões emergenciais”
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou, na noite desta quinta-feira (23/12), que o governo federal irá recomendar autorização da vacinação contra a covid-19 de crianças de 5 a 11 anos de idade com a vacina da Pfizer desde que estas tenham prescrição médica para tomar o imunizante. A novidade veio no mesmo dia em que a pasta abriu uma consulta pública para avaliar a inclusão do grupo pediátrico na campanha de vacinação contra o novo coronavírus.
“O documento que vai ao ar (na consulta pública) é um documento que recomenda o uso da vacina da Pfizer nessa versão aprovada pela Anvisa. A nossa recomendação é que essa vacina não seja aplicada de forma compulsória. Ou seja, depende da vontade dos pais. Os pais são livres para levar os seus filhos para receber essa vacina. E essa vacina estará vinculada a prescrição médica, e a recomendação obedece todas as orientações da Anvisa”, disse Queiroga.
Em outro momento, o ministro indicou a necessidade da assinatura de um termo de consentimento para a vacinação de crianças de 5 a 11 anos. “Nós estamos aqui deixando as famílias tranquilas para que eles possam livremente optar por vacinar ou não seus filhos após a orientação do médico e a assinatura de um termo de consentimento livre esclarecido”, completou.
A orientação do Ministério da Saúde será disponibilizada, ainda nesta quinta (23), para consulta pública da sociedade civil, que poderá opinar sobre a recomendação. Segundo Queiroga, uma vez aprovada a orientação da pasta em avaliação final, prevista para acontecer em 5 de janeiro, a aplicação de doses neste grupo acontecerá “em curto prazo”.
“Esperamos as contribuições da sociedade, mas de antemão deixar todos tranquilos que uma vez decidida pela aprovação dessa regra, que o grupo da Secovid trabalhou, nós já temos condições de começar essa vacinação dentro de uma prazo bastante curto”, disse, sem indicar quando prevê o início da aplicação deste grupo.
Segundo o ministro, o tempo entre a aprovação final da vacinação das crianças e o início da campanha “é tempo suficiente para que as salas de vacinação se preparem para a aplicação”.
Ao aprovar a vacina da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou a necessidade da elaboração de material e treinamento para evitar erros na vacinação, já que a vacina da farmacêutica utilizada neste público pediátrico é diferente do imunizante já usado em adultos e adolescentes no país.
Queiroga ainda informou que o novo contrato do Ministério da Saúde com a Pfizer, assinado em novembro, que prevê a entrega de 100 milhões de doses, inclui vacinas para todas as faixas etárias inseridas na campanha de vacinação contra a covid-19 do Plano Nacional de Imunizações (PNI).
Postura
Apesar de adotar uma postura para “tranquilizar” as famílias, hoje mais cedo o cardiologista indicou, mais uma vez, não ter pressa para começar a vacinação deste grupo já que “os óbitos em crianças estão absolutamente dentro de um patamar que não implica em decisões emergenciais”. A fala foi duramente criticada por governadores e parlamentares.
“Os óbitos em crianças estão absolutamente dentro de um patamar que não implica em decisões emergenciais. Ou seja, isso favorece que o ministério possa tomar uma decisão baseada na evidência científica de qualidade, na questão da segurança, na questão da eficácia e da efetividade”, disse o ministro à jornalistas.
- fonte: Correio Braziliense