Em 4º no ranking de maiores produtores, MS alcança 46,3 milhões de toneladas
Com produtividade média de 87,6 toneladas por hectare, a região Centro-Sul fechou a safra 2023/2024 de maneira mais que positiva. Afinal, foi através das 10 toneladas a mais – que representaram em anos anteriores um montante de 77,2 toneladas por hectare em média, que os números das últimas 15 safras foram superados de acordo com informações da CTC (Portal do Benchmarking do Centro de Tecnologia Canavieira).
Com a expansão na região geoeconômica, Mato Grosso do Sul também sentiu os efeitos positivos e, até o dia 30 de novembro de 2023, apresentou uma produção de 46,3 milhões de toneladas de cana-de-açúcar moída, que supera em 3,8% a temporada passada conforme dados da Biosul (Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul).
Em sua terceira fase de expansão, Mato Grosso do Sul é na atualidade o 4º maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil, com 18 indústrias sucroenergéticas em operação e quatro projetos. No último ano, o setor contou com o incremento na produção de etanol de milho, até então produzido somente a partir da cana- -de-açúcar. Com suas particularidades em termos de capacidade de produção e armazenamento da matéria-prima (milho), a atividade se apresenta cada vez mais relevante para o Estado por se tratar de uma atividade de alto investimento, alinhada nos quesitos de sustentabilidade, que contribui na movimentação de outros elos da cadeia produtiva e reforça a aptidão do Estado como produtor de energia limpa e renovável.
A alta produtividade foi resultado de condições climáticas favoráveis para a safra. Com chuvas que apresentaram números acima da média e boa distribuição territorial. Em novembro, por exemplo, o ATR (Açúcares Totais Recuperáveis) se manteve dentro da média das últimas 15 safras, com 134,5 kg/t. Já a produtividade agrícola do mês de dezembro seguiu a mesma tendência do acumulado e se mostrou superior à observada na safra passada, ou seja, 81 t/ha nesta safra contra 69,8 t/ha na safra anterior.
Para o Diretor-executivo da Biosul, Érico Paredes, as condições climáticas ao longo do ano contribuíram para o resultado positivo. “É um ciclo de recuperação de produção e produtividade em Mato Grosso do Sul. A boa distribuição de chuvas nos canaviais permitiu que as usinas avançassem nos seus cronogramas de colheita preservando a qualidade da matéria-prima e estendendo os trabalhos nas lavouras”, explica.
Conforme calculado o ATR, a qualidade da matéria-prima também melhorou. Afinal, foi registrado o ATR de 142,50 kg por tonelada de cana e, com isso, verificada uma melhora de 3,32% acima do ciclo anterior. O ciclo que está em andamento se encerra em 31 de março de 2024, mas os números já ultrapassaram 2 milhões de toneladas, quantidade 55% maior em relação ao mesmo período do ciclo anterior e a maior já registrada no Estado.
Visão de especialista
O economista do Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho, Staney Barbosa Melo, explica que hoje o setor de cana-de-açúcar tem uma importância fundamental para a economia do Estado. Conforme argumenta, o segmento está em plena expansão e se mostra presente em pelo menos 37 dos 79 municípios, representando 46.84% de territorialidade na produção do Estado. Dessa forma, o setor fomenta o desenvolvimento das regiões com geração de empregos e renda para os moradores dos municípios, que veem a produção como um componente importante para o progresso econômico. “É um pivô importante para o progresso e para o crescimento da economia do Estado e de seus parceiros comerciais. A exemplo, temos os efeitos que estamos vendo nas exportações do setor, que quase dobraram em 2023. [Além] do que, temos os ganhos de produtividade desta safra, que foi um ano desafiador. [Os números] mostram para nós o compromisso que o agronegócio tem com o crescimento e desenvolvimento de nosso Estado”, destaca o economista.
Conforme dados do Biosul, até o dia 30 de novembro, a produção de etanol somou 3,2 bilhões de litros, sendo 2,2 bilhões de litros de etanol hidratado e 1 bilhão de litros de anidro a partir da cana- -de-açúcar e do milho, volumes 25% maior e 1% menor, respectivamente, em relação ao mesmo período do ciclo anterior.
A alta produtividade também mexe com o combustível. “A tendência é que vejamos isso se refletir em queda nos custos do etanol e nos preços ao consumidor final. Hoje o etanol representa aproximadamente 65% do preço da gasolina nos postos. Em anos anteriores essa relação chegou a ser de 70%”, esclareceu Melo.
Regiões Geoeconômicas do Brasil
O Brasil possui três regiões geoeconômicas: Centro- -Sul, Nordeste e Amazônia. A partir disso, compreende- -se como região Centro Sul a área ocupada pelos Estados de Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, além de parte do Mato Grosso e de Minas Gerais.
Foto: Reprodução O Estado Online
Fonte: O Estado Online