No dia 5 de junho, o brasileiro Alexandre José do Nascimento deu entrada em um hospital público de Santa Cruz de la Sierra (Bolívia), com sintomas do novo coronavírus. Porém, o país vizinho já se encontrava em colapso no sistema de saúde e, com isso, Nascimento aguardava atendimento de urgência, assim como outras pessoas naquele momento.
Sua esposa, boliviana, Raquel Menese do Nascimento, resolveu entrar em contato com uma amiga brasileira, pedindo orientações na tentativa de transferir seu marido para o Brasil.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) recebeu uma solicitação do Corpo de Bombeiros para a transferência do paciente, e a ação foi referendada pelo Itamaraty. Em cooperação com o Corpo de Bombeiros, a SES enviou uma aeronave com quatro tripulantes: piloto, copiloto, médico e enfermeiro para repatriar o brasileiro. O Hospital Regional de Mato Grosso do Sul forneceu os equipamentos necessários para o translado.
O avião chegou em Santa Cruz e o paciente foi encapsulado e transportado com todos os cuidados necessários, saindo do aeroporto de Santa Cruz e pousando no aeroporto Internacional de Campo Grande por volta das 23h30. Uma viatura do Corpo de Bombeiros transportou o paciente para o HRMS, e toda a ação foi tão bem-sucedida que Alexandre se recuperou rapidamente e sem problemas até o meio-dia desta terça-feira (16), quando recebeu alta.
“Fiquei consciente todo e tempo e o que vi dentro daquele CTI foi um atendimento humanizado. Eu, que sou médico (buco-maxilo), já vivenciei a rotina de vários hospitais, mas nenhum se iguala ao Hospital Regional. Mesmo sendo um hospital público é notável o preparo da equipe, que a todo momento nos atendia de forma igual, não apenas a mim, mas a todos os pacientes que estavam no CTI. Não presenciei uma entonação diferenciada, o tratamento era igual a todos”.
Durante o tratamento, o paciente só pensava em retornar para a casa. “Quando a médica disse que eu podia voltar para a casa, fiquei louco. Não via a hora”, confidenciou. Nascimento, que já está com a família, deve ir encontrar seus pais no interior de São Paulo, para depois, retornar à Bolívia – país que escolheu para viver ao lado da esposa.