O Brasil é um dos poucos países do mundo a estabelecer tolerância zero para o consumo de álcool ao volante. Na semana em que a Lei Seca (11.705 de 2008) completa 15 anos, o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA) divulgou dados relacionados ao número de acidentes em decorrência da mistura de álcool com direção.
O documento aponta que as mortes em acidentes de trânsito por influência do álcool caíram 32% entre 2010 e 2021, porém o número de internações aumentou 34% durante este mesmo período.
Em virtude dessa data, o Jornal da Hora entrevistou o psicólogo com especialidade em educação para o trânsito, Renan Júnior que enfatizou que a segurança no trânsito não é negociável.
“O risco está em todos os lugares e a gente precisa tomar sempre essa consciência de que a segurança não é negociável. Nosso trabalho no trânsito é justamente isso, fazer essa prevenção para que as pessoas não venham a óbito”, ressaltou.

De acordo com dados divulgados pelo Departamento Estadual de Trânsito de MS (Detran/MS), em 2022, 39.721 pessoas foram abordadas e submetidas ao teste de bafômetro, sendo 3.026 infrações de motoristas embriagados. Apesar de um índice alto, 2021 apresentou o dobro de infrações, com 6.719 motoristas autuados.
Outro ponto abordado pelo especialista, foi sobre o temperamento dos motoristas. No dia a dia, é comum ouvir uma buzinada no trânsito, vez ou outra um condutor proferindo palavras de baixo calão para outro motorista e/ou alguém correndo acima da velocidade permitida da via. Renan explica que é importante o planejamento do motorista antes de sair de casa, para evitar determinadas situações.
“É importante que as pessoas consigam refletir sobre o uso que elas fazem da cidade e conseguir fazer uma direção com previsão. Ou seja, como é que estão as condições gerais e como é que eu consigo melhorar a cidade?”.
Junior ressalta que é importante relevar certas situações no trânsito, para evitar um problema maior no futuro. “O trânsito é violento, porque nós temos uma sociedade violenta, e a gente observa isso todos os dias. Muitas vezes as pessoas têm esse comportamento de buscar revanche, de irritabilidade, de não levar desaforo pra casa, né? Mas o fato é que muitas vezes isso pode ter consequências funestas, então é importante observar isso”, finalizou.
Confira a entrevista na íntegra