A liberdade religiosa mais uma vez foi tolhida na China. A organização não governamental Portas Abertas divulgou na semana passada que o país de Xi Jinping deportou ao menos dez refugiados para a Coreia do Norte. O motivo alegado foi terem lido a Bíblia.
Fontes anônimas relataram à ONG que os cristãos foram torturados durante três meses antes de serem enviados a campos de prisão. Um parceiro local da organização relatou que as pessoas foram acusadas de realizar espionagem para o país do ditador Kim Jong-Un.
“Uma das principais tarefas dos investigadores é descobrir se o interrogado foi a alguma igreja, leu a Bíblia ou encontrou outros cristãos na China”, conta o parceiro da Portas Abertas.
Coreia do Norte é o país mais perigoso para se declarar cristão
Na Coreia do Norte se declarar cristão pode significar desde o envio a campos de concentração até a morte instantânea. Ao serem enviadas de volta, as pessoas provavelmente estarão em pior situação do que na China.
Uma mulher que não será identificada por motivo de segurança, conta que foi enviada para um “acampamento de reeducação” por três anos. Ela relata que estava em uma reunião secreta de mulheres cristãs norte-coreanas quando foi presa. Tendo sobrevivido, conseguiu fugir para a China dois anos depois. Hoje vive na Coréia do Sul.
A Portas Abertas estima que entre 50 e 70 mil cristãos estão presos ou em campos de trabalho forçado na Coreia do Norte. O país comunista está no topo da lista de locais onde é mais perigoso seguir Jesus Cristo, seguido por Somália, Líbia e Eritreia.
Pessoas arriscam a vida em nome da fé
Há mais de 25 anos a ONG atua de forma clandestina no país asiático. Sob o codinome de Irmão Simon, descreve como os cristãos norte-coreano são implacáveis ao transmitir a fé a seus filhos. Para ele, essa força purifica não só os que creem, mas suas famílias.
“É por isso que Deus abriu a porta para cristãos norte-coreanos se conectarem com a Portas Abertas, para os ajudarmos. Parecia impossível, mas nada é impossível na sabedoria e no poder de Deus.” relata ao site oficial da organização.
Simon acredita que a persistência em meio à perseguição é a mão invisível de Deus sobre aqueles que creem. Tal qual os primeiros que se escondiam de Roma nas catacumbas, hoje a fé é renovada de forma milagrosa e poderosa.
Fonte: Brasil Paralelo