Setembro Verde: Mês de conscientização a doação de órgãos; um ato de bondade que salva vidas

Intitulado como Setembro Verde, este mês é marcado pela conscientização e incentivo a doação de órgãos. De acordo com o Sistema Nacional de Transplantes (SNT), atualmente são cerca de 65 mil pessoas na fila de espera. Meses antes da campanha, o tema levou a repercussão nacional, devido ao apresentador Fausto Silva, popularmente conhecido como Faustão, que esteve na fila de espera para um transplante de coração. O assunto chamou a atenção, pelo tempo que o comunicador ficou na fila. No caso do transplante de coração, a ordem de prioridade da fila de espera é definida com base na gravidade do quadro do paciente.

Em entrevista ao Jornal da Hora desta quinta-feira (14), o cirurgião e especialista em transplante de fígado, Dr. Gustavo Rapassi explicou que a fila de espera é organizada pela gravidade do problema de saúde do paciente. No caso do Faustão, ele era o segundo na fila, e o coração recebido estava de acordo com a tipagem sanguínea dele – diferente da pessoa em primeiro lugar. “A fila é organizada por gravidade, então aquele que está mais à frente na fila é porque está com mais chance de morrer nas próximas semanas ou meses, e é por isso que ele precisa receber um órgão com mais celeridade do que aquele que está menos grave”.  

“Outra questão que foi peculiar a ele, é que ele é do tipo sanguíneo B e esse tipo sanguíneo costuma ter uma oferta de órgãos maior em relação ao número de receptores quando a gente compara eles ao tipo A e O. Como são os tipos sanguíneos mais comuns, a gente tem muitas pessoas na fila desses tipos sanguíneos e isso faz com que a fila ande de uma forma mais devagar para essas pessoas e mais especificamente sobre o caso do Faustão”, explicou. 

Apesar de ser um assunto muito falado, ainda é um tabu entre os familiares no momento do luto. Até então, a família decide se doará ou não os órgãos do ente querido, porém ainda é um assunto difícil de ser abordado no momento da tristeza. O médico reforça que a doação é um ato de bondade, e campanhas de conscientização precisam se intensificar, para que mude este cenário no país. 

“Quando a gente não conhece algo, normalmente nós optamos por recusar. Então enquanto a gente não tratar disso todos os dias e não só em setembro e o governo realmente não abraçar essa causa, que parece algo que não tá nas suas prioridades, a gente vai continuar engatinhando, mas nós não vamos desistir não”, concluiu.

Confira a entrevista na íntegra