Setembro Verde: O sistema de doação de órgãos no Brasil é o melhor do mundo mas falta solidariedade e amor ao próximo

Após um mês inteiro de ações de conscientização e incentivo à doação de órgãos, a campanha Setembro Verde fecha com mais reconhecimento. Parte disso se deve ao caso do apresentador Faustão, que entrou na fila para um transplante de coração e em pouco tempo conseguiu o feito. Espera-se que com este caso, tenha um aumento no número de doações. A recusa das famílias pela doação de órgãos continua alta, com cerca de 46%, segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). 

Atualmente no Brasil, cerca de 66 mil pessoas estão na Lista Única Nacional aguardando por um transplante. No primeiro trimestre de 2023, o Registro Brasileiro de Transplante registrou um aumento de 6% na taxa de doadores efetivos. 

Carlão Alberto Rezende, conhecido como Professor Carlão, passou por um transplante de medula óssea em 2016 e hoje trabalha incansavelmente no Instituto Sangue Bom, que tem o objetivo de conscientizar a população sobre doação de órgãos. Em entrevista ao Jornal da Hora desta quinta-feira (28), Carlão destacou que em relação ao dado nacional, em Mato Grosso do Sul a recusa das famílias pela doação é ainda maior, com cerca de 70% das famílias negando que o procedimento seja feito. 

“O efeito Faustão indica que melhorou um pouco e logo deve começar a refletir. Em relação ao ano passado, houve um aumento de 16%, mas é natural porque estão voltando às cirurgias eletivas e isso também aumenta essa possibilidade de transplante. O Brasil tem, e eu sou fruto dele, o maior sistema de transplantes público do mundo. É o mais eficiente do mundo”, ressaltou.

A partir do Instituto Sangue Bom, Carlão tem percorrido diversos locais de MS a fim de desmistificar sobre temas que antigamente eram tabus, como a doação de órgãos. Ele ressalta que o ‘olho no olho’ contribui, e muito, nesse desafio. 

“O povo brasileiro é solidário. O Sistema Nacional de Transplante funciona perfeitamente alinhado com o corpo de bombeiros e governo, mas o grande dilema é transformar isso como hábito, o meu sonho, é a minha utopia e trabalho incansavelmente, é exatamente nisso, e a educação é vital nesse aspecto, então não é apenas e unicamente a educativa, nós temos que fazer algo junto com a campanha educativa que é o olhar no olho, então, eu visito as escolas, empresas, repartições públicas onde me permite espaço com as histórias de um transplantado”, concluiu.

Confira a entrevista na íntegra (Clique aqui)