Setor industrial de MS critica manutenção da taxa Selic em 13,75%

Índice é o mesmo desde agosto de 2022 e continua no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano

Presidente da FIEMS, Sérgio Longen – MARCELO VICTOR

Comitê de Política Monetária (Copom), órgão do Banco Central (BC), decidiu manter, nesta quarta-feira (21), a taxa Selic em 13,75%. O índice é o mesmo desde agosto de 2022 e continua no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano.

A decisão desagradou o setor industrial de Mato Grosso do Sul.

A Selic em 13,75% gera inflação, torna empresas endividadas, retrai a economia, reduz a intenção de consumo, prejudica as vendas no comércio, amplia o endividamento da população brasileira, aumenta o pagamento de juros da dívida pública, impacta a geração de empregos e paralisa investimentos.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (FIEMS), Sérgio Longen, criticou, mais uma vez, a decisão do Copom. Para o presidente, a permanência da taxa de juros põe a vida das empresas em risco.

“O que preocupa não é a decisão pura e simples do Copom, mas a situação das empresas, que não estão mais conseguindo pagar os juros nesses patamares, que se encontram muito acima do nível que é compreendido como neutro. É o mesmo que manter a pessoa que está se afogando embaixo da água, que é como está a maioria das empresas hoje, praticamente reféns da decisão técnica de meia dúzia de pessoas”, detalhou Longen.

Além disso, ressaltou que a manutenção da Selic faz com que o Brasil tenha a maior taxa de juros reais do mundo.

“Por essa razão, entendemos que permanência da Selic no atual patamar é desnecessária para o controle da inflação, trazendo problemas adicionais à economia, com a elevação dos custos para o financiamento das atividades produtivas, restringindo a produção e o consumo”, finalizou o presidente.

TAXA SELIC

Taxa Selic é os juros básicos da economia brasileira. Seus movimentos influenciam em todas as taxas de juros praticadas no país.

A Selic tem esse nome por conta do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, sistema administrado pelo Banco Central.

É uma referência para o custo das linhas de crédito em geral. Quando é elevada, a tendência é de que empréstimos e financiamentos fiquem mais caros, ou seja, bancos cobrem mais juros.

É definida e anunciada pelo Comitê de Política Econômica (Copom), órgão do Banco Central.

A elevação da Selic ajuda a controlar a inflação. Isso porque juros maiores encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas mais altas dificultam a recuperação da economia.

Em 22 de junho de 2023, o Copom manteve, por unanimidade, a taxa de juros básicos da economia em 13,75% ao ano.

O índice é o mesmo desde agosto de 2022 e continua no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano.

Anteriormente, o Copom tinha elevado a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis.

Fonte: Correio do Estado