Após fuga no Instituto Penal de Campo Grande, SINSAPP denuncia sobrecarga de trabalho, adoecimento de servidores e risco estrutural nas unidades prisionais do Estado

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Após a fuga registrada no Instituto Penal de Campo Grande, o SINSAPP/MS (Sindicato dos Policiais Penais de Mato Grosso do Sul) divulgou nota alertando para o risco de que situações como essa voltem a acontecer, caso não sejam adotadas medidas emergenciais.
De acordo com o sindicato, a fuga reflete um cenário de sobrecarga de trabalho, falta de efetivo e problemas estruturais nas unidades prisionais do Estado. Com a criação da Polícia Penal, os servidores passaram a acumular funções que antes eram exercidas por mais de mil policiais militares, incluindo monitoramento das torres, escoltas e custodias hospitalares, além da vigilância interna.
O SINSAPP denuncia que, mesmo com esse acúmulo de responsabilidades, as rotinas internas nas unidades só aumentam. “Liberação de detentos para trabalho, escola, atendimentos psicológicos e outros procedimentos são feitos, muitas vezes, sem a devida segurança, por conta da falta de pessoal”, diz a nota.
A entidade também alerta para o adoecimento dos servidores, causado pela sobrecarga de trabalho, o que agrava ainda mais a defasagem no efetivo. Segundo o sindicato, a situação no Instituto Penal de Campo Grande é ainda mais crítica devido à estrutura antiga e adaptada, que não oferece mais as mesmas condições de segurança de décadas atrás.
Outro fator de risco apontado é a localização do presídio, hoje cercado por bairros e comércios. “O complexo fica em uma área totalmente urbanizada, o que facilita tentativas de fuga. Defendemos que seja proibida a urbanização no entorno de penitenciárias em Mato Grosso do Sul, como já ocorre em outros estados”, destaca o sindicato.
O SINSAPP/MS reforça que tem denunciado há anos os riscos estruturais e de segurança nas unidades prisionais, sem que as autoridades adotem as providências necessárias. Para a entidade, a situação só poderá começar a ser revertida com a regulamentação da Polícia Penal, medida que permitiria, entre outras ações, a abertura de concurso público para recomposição do quadro. Por conta de todos esses tópicos citados, “o sindicato infelizmente não descarta novos episódios como esse”, finaliza a nota.
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Fonte: O Estado