Sobre suicídio: “Alguns líderes religiosos deveriam estar presos” afirma Capelão Reis

Em entrevista ao jornalista Arthur Mario, na Rádio Hora 92.3 FM, na manhã desta sexta-feira (08/01), o professor, pesquisador e coordenador do curso de prevenção ao suicídio do Hospital Universitário, em Campo Grande – MS, Capelão Edilson Reis, afirmou que, de 10 pessoas que cometeram suicídio, 7 pararam o tratamento por questões religiosas. “Tem alguns líderes religiosos que deveriam estar presos, que são assassinos de sonhos, de pessoas, quando dizem ‘abandone o tratamento’”. 

Ele afirma que o preconceito dentro das religiões ainda é grande, e muitas pessoas não entendem que os problemas mentais são doenças que necessitam, sim, ser tratadas por profissionais capacitados, como psiquiatras e psicólogos. “A pior coisa que tem é chegar em um ambiente, ler uma carta de alguém que cometeu suicídio e ver que poderia ter sido evitado se não tivesse julgamento, condenação e falta de respeito”

Segundo ele, existem 47 tipos de depressão, e ela pode ser sistêmica, progressiva e incapacitante. Dependendo do diagnóstico, todas as doenças são tratáveis, porém o apoio da família é fundamental. “Um dos problemas que o isolamento social trouxe, foi o individualismo de aparência social, onde dentro do ambiente familiar não existe a relação de afeto. Não existe um diálogo aberto, franco e acolhedor. Família não deve ser tribunal que julga e condena”.

Laboratório do Luto 
“Este ano estamos criando o núcleo de estudo e pesquisa do luto no Hospital Universitário, onde vamos estudar e pesquisar o luto e principalmente vamos ter um grupo de autoajuda às pessoas enlutadas”. O projeto vai começar a funcionar este ano, aos sábados, das 14h às 16h, no espaço dentro da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Eles só estão esperando a aprovação da universidade para que os atendimentos sejam iniciados.

O Major e Capelão Edilson Reis serviu por 32 anos o corpo de bombeiros de MS, onde acumulou uma longa experiência como especialista em negociação e resgate de pessoas em situação de risco, em desespero que tentavam suicídio. Em muitos casos, foi bem sucedido, em outros não. Ele é formado em Teologia, Filosofia e atualmente está cursando o 7º semestre de Psicologia.

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