O líder russo lembrou que o Brasil é o principal parceiro comercial da Rússia na América Latina
O presidente Jair Bolsonaro se reuniu nesta quarta-feira, 16, com o líder russo Vladimir Putin, em Moscou. O chefe do governo brasileiro disse que o país tem “muito a colaborar” com a Rússia em diversas áreas e destacou a boa relação entre as duas nações.
“Estou muito feliz e honrado pelo seu convite. Somos solidários à Rússia. Muito a colaborar em várias áreas: defesa, petróleo e gás, agricultura”, afirmou Bolsonaro.
“As reuniões estão acontecendo. Tenho certeza de que até mesmo essa passagem por aqui são o retrato para o mundo de que nós podemos crescer muito com as nossas relações bilaterais”, completou o presidente da República.
Putin, por sua vez, lembrou que o Brasil é o principal parceiro comercial da Rússia na América Latina.
“Estamos retomando as relações que foram interrompidas pela pandemia. Os principais ministros do seu governo visitaram Moscou. Hoje, foi realizado um encontro com os ministros das Relações Exteriores e da Defesa. Trabalhamos ativamente nos fóruns internacionais. É uma alegria recebê-lo e espero que nosso encontro seja produtivo”, disse Putin. “O Brasil é o principal parceiro comercial na região da América Latina. Bem-vindo.”
O encontro com o presidente russo faz parte dos compromissos oficiais de Bolsonaro na visita a Moscou. Mais cedo, como noticiado por Oeste, ele participou de uma cerimônia em homenagem a soldados do exército russo mortos durante a Segunda Guerra Mundial.
Além de Bolsonaro e Putin, estiveram presentes na sala de reunião dois intérpretes. Há expectativa de uma declaração conjunta dos dois líderes nas próximas horas.
Críticas à visita de Bolsonaro a Putin
Em entrevista ao programa Opinião no Ar, da RedeTV!, exibida na terça-feira 15, o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo fez críticas ao comportamento da diplomacia brasileira em relação à escalada nas tensões entre Rússia e Ucrânia. Para o ex-chanceler, o Brasil tomou uma posição favorável aos russos, quando deveria ter mantido neutralidade.
“A Ucrânia, que é um país amigo do Brasil, está sendo novamente ameaçada de ter seu território desmembrado”, afirmou. “Infelizmente, o Brasil não está demonstrando neutralidade, mas uma preferência pela Rússia com essa viagem do presidente Bolsonaro. Neutralidade é você visitar os dois lados do conflito, e não um”, completou.
“Temos de tomar muito cuidado com isso. Estamos fazendo parte de um esquema que não sabemos exatamente qual é, fazendo parte de uma estratégia russa”, concluiu o ex-ministro.
- Fonte: Revista Oeste