Sóter continua abandonado e reforma é promessa distante

Sem previsão para a retomada das obras no parque, localizado na região norte de Campo Grande, moradores relatam insegurança e insalubridade no local

O compromisso em relação à reforma e à manutenção do Parque Ecológico do Sóter, localizado no Bairro Mata do Jacinto, permanece sendo uma promessa não cumprida pelo município. Pelo menos duas das três entradas precisam de revitalização urgente.  

O Correio do Estado esteve no Sóter há mais de 15 dias e, desde então, não foi possível constatar nenhuma mudança no andamento das obras prometidas para o fim deste mês.  

O pior acesso ao parque é o da Rua Oliva Enciso, onde foi colocada uma placa prometendo “uma vida melhor” ao lado da entrada destruída.  

Além disso, na mesma placa há frase sobre a função do parque: “preserva a natureza, melhora infraestrutura urbana e eleva a qualidade de vida da população da Capital”. Uma contradição notável diante da realidade distante do prometido pela gestão municipal.  

Não é difícil notar buracos pelo chão, bem como portão quebrado e escancarado. Além disso, existem cabines de banheiro abertas e abandonadas.  

Para Lúcia Pereira da Silva, 22 anos, funcionária de um açougue localizado próximo a umas das entradas do parque, as condições degradadas representam perigo e insalubridade.  

“Falaram que melhoraria, mas continua tudo escuro, não vi ninguém mexendo para reformar nada. Sempre está com cara de abandonado. Fora a sujeira, junta muito pernilongo e andarilhos no fim do dia”, disse Silva.  

Além disso, a jovem relata ter medo de andar sozinha pela região, pois, segundo ela, “fica tudo um breu, muito escuro, tanto dentro quanto fora do parque”, explica.  

Em uma parte do local, principalmente na região das duas entradas mais deterioradas, a grama alcança altura de pelo menos 1 metro.  

A entrada principal, da Rua Cristóvão Lechuga, é a que permanece em situação menos danificada, em virtude dos esforços dos funcionários do local, que conseguem realizar as manutenções dentro do que é possível.

NADA MUDOU

Em conversa com a reportagem no dia 27 de janeiro, o secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos, Rudi Fiorese, havia afirmado que as obras foram paralisadas por conta de problemas com a empresa LT Construções e Comércio Ltda.  

Questionado sobre a possibilidade de uma relicitação para finalização e entrega das intervenções no local, Fiorese reiterou que o contrato existente será aproveitado.  

Conforme informações fornecidas pela Prefeitura de Campo Grande, a expectativa era de que a obra fosse totalmente concluída em até 30 dias. Entretanto, passados 20 dias, nada foi feito em relação à retomada.

Em um novo contato com Fiorese, na tarde de ontem, o titular da Sisep informou que ainda não foi liberada a licitação com ordem de serviço para a retomada das obras.  

O secretário destacou que a Sisep permanece tendo problema com a empresa contratada, LT Construções e Comércio Ltda.  

Segundo Fiorese, a reforma conta com a disponibilidade de cerca de 300 mil reais. Entretanto, antes de dar início à obra, é preciso definir se a empresa retornará com o trabalho ou se será necessário chamar outra.  

PROJETO

O parque foi inaugurado no fim de 2004, há 17 anos. O local dispõe de 22 hectares de área verde e conta com quadras poliesportivas, pista de skate e patinação, pista de caminhada, academia ao ar livre, campo de futebol, salas de pilates e judô, parque infantil e pista de ciclismo.

O Parque Ecológico do Sóter teve a revitalização anunciada pela atual gestão da prefeitura da Capital em agosto de 2019. A vencedora da licitação foi a empresa LT Construções e Comércio Ltda., pelo valor de R$ 600.682,13.  

À época, o prazo para a conclusão das melhorias era de 24 meses, período que venceu em novembro de 2021.  

O projeto previa a reforma de toda a estrutura do parque, abrangendo quadras poliesportivas, instalações elétricas, banheiros com adaptação para acessibilidade, gradil metálico, manutenção completa com recomposição dos postes em eucalipto, do pergolado, substituição dos brinquedos do parquinho e restauração dos pórticos e guaritas.  

No entanto, com 68% dos recursos já empregados, por volta de R$ 526,9 mil dos R$ 774,2 mil destinados aos trabalhos (valor atualizado), a realidade do local difere muito do que foi proposto pela prefeitura.

Nem mesmo as grades revitalizadas por detentos em regime semiaberto em 2020 escaparam do cenário de descaso e abandono.

Revitalização no Sóter segue sem definição

As obras de reparo em diferentes setores do Parque Ecológico do Sóter, no Bairro Mata do Jacinto, começaram em 2019. 

Com o prazo de dois anos, a revitalização deveria ter sido concluída em novembro de 2021. A obra segue com 68% dos serviços executados.

  • fonte: Correio do Estado