Surto de doenças respiratórias suspende aulas em Sidrolândia e preocupa mães

Foto: reprodução/Marcos Tomé/Região News
Foto: Marcos Tomé

Diante do aumento expressivo de casos de doenças respiratórias graves, a Prefeitura de Sidrolândia ampliou o Decreto Municipal nº 237, de 15 de maio de 2025, suspendendo todas as aulas presenciais da rede pública e privada até o dia 2 de junho. A medida foi tomada com base em parecer técnico da Secretaria Municipal de Saúde, que monitora o avanço de casos de bronquiolite, influenza, viroses e SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), com impacto direto em crianças pequenas.

“A situação ainda exige atenção e cuidado de todos. Estamos agindo com responsabilidade para proteger nossa população, especialmente as crianças”, afirmou o prefeito Rodrigo Basso.

Apesar da justificativa sanitária, a decisão trouxe preocupações para muitas mães que trabalham fora e dependem do funcionamento regular de creches e escolas. Instituições como a APAE também tiveram as atividades suspensas temporariamente, o que aumentou a pressão sobre famílias em situação de vulnerabilidade.

Um grupo de mães enviou um pedido coletivo ao prefeito, relatando o impacto direto da medida em suas rotinas profissionais. Muitas dizem não ter com quem deixar os filhos e temem perder os empregos. O comunicador Ricardo Corneta, que vem auxiliando as mães, levou a demanda diretamente ao poder público.

“Tem mães chegando no meu privado dizendo: ‘Corneta, eu sei que é grave, mas eu não sei o que fazer. Não consigo achar babá, não posso trabalhar de casa, estou de mãos atadas. Eu só quero cuidar do meu filho e não perder meu emprego’”, relatou.

Entre as sugestões apresentadas estão a criação de alternativas legais e emergenciais, como a articulação entre Prefeitura, Câmara de Vereadores e empresas para garantir o direito de ausência temporária sem penalizações, além de compensações como banco de horas, atividades extras aos sábados ou outros formatos viáveis.

Capital em alerta

Na capital, a situação também é preocupante. A Secretaria Municipal de Saúde informou que todos os leitos de UTI pediátrica estão ocupados. Ainda não houve confirmação de novos leitos por parte dos hospitais da rede. Para garantir o atendimento de crianças com quadros mais graves, o PAI (Pronto Atendimento Infantil) do bairro Tiradentes foi referenciado como unidade de suporte intensivo, contando com respiradores e equipe multiprofissional.

Casos mais graves têm sido encaminhados ao PAI via SAMU, onde muitas crianças iniciam tratamento e recebem alta sem necessidade de internação hospitalar.

Apesar do cenário, a Semed (Secretaria Municipal de Educação) informa que, até o momento, não há recomendação para suspensão das aulas em Campo Grande. A rede municipal segue adotando medidas de prevenção, como reforço na higienização das unidades, uso de máscaras, afastamento de estudantes com sintomas e vacinação nas escolas, com adesão superior a 90% nos locais já atendidos.

Números preocupam

De acordo com o painel de Síndromes Respiratórias Graves do Estado, já foram registrados 1.587 casos, sendo:

487 sem identificação de causa,
384 causados por VSR (Vírus Sincicial Respiratório),
288 por Influenza A.

O número de óbitos confirmados chega a 130, sendo:

55 por SRAG não especificada,
45 por Influenza A,
10 por Covid-19,
10 por VSR.

Fonte: O Estado