O agronegócio tem sido o pilar da economia global há séculos, mas nunca como agora onde esse setor experimentou uma transformação tão profunda e rápida. A adoção de novas tecnologias e equipamentos no campo redefine a forma como os alimentos são produzidos, otimizando a produtividade e tornando a agricultura mais sustentável.
Essa onda de inovação no agronegócio está alavancada em várias frentes, assim como a agricultura de precisão, por exemplo, que utiliza GPS, sensores e softwares especializados, permitindo o monitoramento preciso das condições do solo e do clima, bem como a aplicação exata de água, fertilizantes e pesticidas. A FAO estima que a implementação dessas tecnologias pode aumentar a eficiência em até 20%.
Os drones também estão desempenhando um papel importante, com um crescimento de aproximadamente 30% na adoção nos últimos anos. De modo que fornecem uma visão aérea detalhada das lavouras, permitindo uma análise rápida e precisa das condições das plantações, além de auxiliar em tarefas como a pulverização.
A automação é outra tendência vital que está mudando o rosto do agronegócio. Tratores e colheitadeiras autônomas, guiados por algoritmos sofisticados, estão realizando tarefas com precisão sem precedentes e estima-se que essa tecnologia possa reduzir os custos de mão de obra em até 25%, permitindo que os agricultores concentrem seus esforços em tarefas mais complexas.
Com o avanço na biotecnologia, a engenharia genética permite o desenvolvimento de culturas que são mais resistentes a doenças, pragas e condições climáticas adversas. De acordo com um relatório da ISAAA, a área global plantada com culturas geneticamente modificadas atingiu 190,4 milhões de hectares em 2019, refletindo a confiança crescente nessa tecnologia.
A integração de Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT) disponibilizam uma análise aprofundada e tomada de decisão informatizada. Através de análise de grandes volumes de dados em tempo real, otimizando as decisões sobre quando e onde plantar, irrigar ou colher. O McKinsey Global Institute estima que o uso dessas tecnologias poderia adicionar até US$ 500 bilhões ao valor anual da produção agrícola global.
O foco crescente na sustentabilidade também está moldando a adoção de tecnologias. Sistemas de energia renovável, práticas de agricultura regenerativa e tecnologias de conservação de água estão ajudando os agricultores a reduzir sua pegada de carbono e contribuir para os objetivos globais de sustentabilidade.
Essa transformação, no entanto, vem com seus próprios desafios, com a adoção de novas tecnologias requer investimentos significativos, treinamento e uma infraestrutura adequada. Além disso, questões éticas e regulatórias, como a aceitação de culturas geneticamente modificadas, também precisam ser cuidadosamente consideradas.
No entanto, o agronegócio está na vanguarda de uma revolução tecnológica. A adoção de novos equipamentos e tecnologias impulsiona a produtividade no campo como nunca antes, contudo, é vital que essa transformação seja gerenciada com cuidado, considerando não apenas o potencial econômico, mas também os impactos sociais e ambientais. A medida em que essa revolução continuará a florescer dependerá da colaboração entre agricultores, empresas, governos e cientistas, trabalhando juntos para alimentar o mundo de forma mais eficiente e sustentável.
JOÃO PAULO CESTARI GROTTI
CO-FOUNDER DA IMPULSO AGRO BRASIL
ADVOGADO ESPECIALIZADO EM DIREITO DO AGRONEGÓCIO