Expedição revela avanços na verticalização da carne pantaneira em Mato Grosso do Sul

Percorrendo mais de mil quilômetros pelos pantanais da Nhecolândia, Abobral, Nabileque e Miranda, a jornada resultou no alinhamento das instituições que trabalham pelo desenvolvimento sustentável

A Expedição Pantanal Sustentável, uma iniciativa da Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável (ABPO), com o apoio da Secretaria Executiva de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Mato Grosso do Sul (SEMADESC), reuniu produtores rurais, entidades e representantes do governo do Estado de Mato Grosso do Sul. Percorrendo mais de mil quilômetros pelos pantanais da Nhecolândia, Abobral, Nabileque e Miranda, a jornada resultou no alinhamento das instituições que trabalham pelo desenvolvimento sustentável do Pantanal, além de mostrar a realidade do bioma sob a ótica da pecuária e os avanços significativos na verticalização da carne pantaneira.

“No trajeto, houve debates e entendimentos para buscar soluções viáveis para os produtores rurais e pecuaristas do Pantanal, mantendo a conservação garantida por essa nova legislação. Esse alinhamento institucional busca permitir o desenvolvimento da região em harmonia com a conservação. Saímos com direcionamentos que devem trazer evolução para o Pantanal”, ressaltou o presidente da ABPO, Eduardo Cruzetta.

Demonstrando que essa prática já é uma realidade, os participantes puderam ver de perto o trabalho realizado pela Fazenda Bodoquena, que realiza a produção, abate e comercialização da carne certificada, aliando sustentabilidade a uma carne com um sabor único.

“Num ambiente desses que está há mais de 300 anos sendo utilizado com pecuária de forma completamente sustentável, você consegue gerar uma carne de qualidade e sabor que são únicos dessa região. Então a gente costuma dizer que é uma carne com “terroir” do Pantanal, com sabor pantaneiro, e que carrega esse tripé: meio ambiente, econômico, social”, acrescentou Adriano Saraceni Bandeira, diretor geral da Fazenda Bodoquena.

Outro ponto muito abordado durante a expedição foi a questão das pastagens e o quanto elas implicam na produção e manejo dentro do Bioma. O pesquisador Arnildo Pott ressaltou o quanto foi importante a expedição para alinhar o pensamento das entidades sobre como conservar o Pantanal.

“Uma questão polêmica em conservação do Pantanal é a pastagem cultivada. Mas essa pastagem é essencial para complementar as pastagens nativas de baixa qualidade no Pantanal. Ela mantém a vegetação baixa, verde e reduz o risco de incêndios. A brachiaria, por exemplo, é uma opção viável para áreas arenosas, promovendo conservação e nutrição animal. Essa composição é fundamental para a sustentabilidade da região”, pontuou o pesquisador.

A ABPO está finalizando o processo na busca pelo selo de Indicação Geográfica da Carne Pantaneira, e mostrar aos gestores que esse produto tem valor agregado foi fundamental para que este selo possa ser conquistado.

“A pecuária é o principal fator de conservação para manutenção das características originais do Pantanal, com toda sua biodiversidade de flora, fauna e paisagens. Nós acreditamos muito e trabalhamos muito para o desenvolvimento desse que é o principal fator de conservação do bioma, que é a pecuária sustentável, nosso principal foco, pois a mais de 20 anos produzimos essa carne sustentável. A expedição foi fundamental para evidenciar os avanços nessa área e seu impacto positivo em toda a cadeia produtiva”, finalizou o diretor executivo da ABPO, Silvio Balduíno”, finalizou o diretor executivo da ABPO, Silvio Balduíno.

Além das entidades promotoras da Expedição e produtores rurais, participaram também representantes da Famasul, da Embrapa Gado de Corte e Pantanal, Instituto Taquari Vivo e Sindicato Rural de Corumbá MS.

Fonte: Acrissul