Com o objetivo de acolher pessoas que estão passando pelo luto, o projeto ‘Mães que acolhem com amor’ está há cinco anos atendendo, de forma virtual, pessoas do país inteiro. Em entrevista ao Jornal da Hora nesta terça-feira (23), uma das idealizadoras do projeto, Guicela Matos, disse que a iniciativa surgiu após ter perdido a sua única filha, de 14 anos, para a depressão. 

O bullying no ambiente escolar foi um dos motivos que levou Beatriz a tirar a própria vida, há cinco anos. Desde então, Guicela trabalha arduamente no enfrentamento do bullying nas escolas. Recentemente, ela ministrou uma palestra em uma escola no Maranhão, para estudantes do ensino fundamental. Ela destaca que é extremamente importante falar sobre este assunto. Em uma palestra para mais de 60 alunos, Guicela identificou que muitas crianças passam por isso, e esse cuidado deve começar em casa.

“Então eu parei pra ouvir eles [nas palestras] e por incrível que pareça são cada coisa que eles relataram… tinha uma menina que até estava com ansiedade por que para ela é um gatilho falar sobre bullying, pelo tanto que ela sofreu. As crianças pretas sofrem muito por conta da cor da pele, por conta do cabelo… e é o que eu sempre digo, ninguém nasce racista, ninguém nasce homofóbico, isso é da criação. Se a criança aprende em casa, ela vai refletir isso na escola, entre os amigos. Então tudo tem que começar dentro de casa. São coisas muito delicadas, a gente tem que prestar muita atenção”, destacou. 

O projeto acolhe na posvenção – que são pessoas afetadas pelo suicídio, sejam pais, filhos, irmãos, familiares e/ou amigos. Eles oferecem atendimento psicológico, grupo de apoio e outras ações. Em seu perfil no instagram, é possível acompanhar o projeto: @maesqueacolhemcom_amor 

Procure ajuda – Em Campo Grande, o GAV (Grupo Amor Vida) presta apoio emocional gratuito a pessoas em crise por meio de atendimento telefônico pelo número 0800 750 5554. Ligue sempre que precisar! O horário de funcionamento é das 7h às 23h, inclusive sábados, domingos e feriados.

Vítimas de depressão e demais transtornos psicológicos podem também buscar ajuda em escolas-clínicas de Psicologia, no Núcleo de Saúde Mental, CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) ou pelos telefones 141 e 188 CVV (Centro de Valorização da Vida), 190 da PM e 193 dos Bombeiros, que ajudam pacientes a romper o silêncio.  

Confira a entrevista na íntegra